Impasses e caminhos de minha presença online

Escrevo em um momento de preparação para um estágio doutoral (doutorado sanduíche) na Universität der Künste em Berlim. Muitas coisas têm acontecido à minha volta e, como é natural para estes tempos, a vontade de postar algo em redes sociais aparece. Muito rapidamente, ela encontra perguntas e impasses. Se sou um jogo de futebol, este é um daqueles lances entediantes de meio de campo, de muitos passes interceptados e posse de bola alternada. “Para que postar?”, me pergunto. E todas as respostas se tornam confusas – um jogo de terceira divisão. Mas, não vou entediá-los com o emaranhado destes pensamentos, vou direto aos pontos.

Acho interessante, vez ou outra, usar as redes sociais para mandar notícias pessoais, comemorar uma conquista, para promover minha música, para compartilhar alguma notícia ou posicionar-me politicamente, para compartilhar fotos quaisquer. Interessante, mas problemático. Nossos perfis estão concentrados nos servidores de grandes corporações que buscam, sobretudo, lucro e influência política, mesmo que para isso a gente adoeça. O dilema das redes não é novidade. Recentemente, encontrei o Fediverso como uma alternativa às grandes corporações. Fed vem de “federado”, o que significa que são vários servidores pequenos e administrados por comunidades que se comunicam. Imagine uma rede social sem anúncio (!), em que você pode seguir um perfil que produz vídeos (como se fosse do YouTube) no seu microblog (como se fosse no X/twitter). É como no e-mail, tu podes mandar um e-mail do Gmail para o Outlook, sem problemas. Com um protocolo único (ActivityPub), as diversas instâncias das diversas plataformas do Fediverso podem se comunicar. Tenho um perfil no Mastodon na instância do anartist.org. Mantive minha conta no instagram porque as interações mais interessantes para mim estavam ali (meus amigos não foram para o mastodon). Além disso, o Mastodon ainda não resolvia um outro desconforto com as redes: a vida útil do post.

Alguns exemplos de meu uso das redes: compartilhar uma nova gravação, algo sobre algum festival que participei. São posts que acabam se perdendo. Quero dizer, eles estão lá, entre fotos dos meus pães e do meu cachorro. Difícil imaginar alguém vasculhando meu perfil para encontrar algo de um ano atrás. A questão é que um post de instagram tem para mim uma vida útil bem curta. Descobri, então, que existe um método de postagem chamado POSSE, que significa “poste em seu próprio site e sindique em outros lugares”¹¹ Mais sobre POSSE. . Publicar em um site próprio, me permite uma melhor organização das publicações. Decidi, então, seguir este método. Tenho um Blog em meu site, que pode ser acompanhado pelo feed RSS, e que é automaticamente compartilhado no Mastodon usando o mastofeed.org – ainda quero pensar em como compartilhar daqui para outras redes. Penso em enviar as últimas postagens por e-mail uma vez por mês. Por sinal, tu podes te inscrever na lista de e-mail.

A ideia aqui era compartilhar esta ideia e te convidar a fazer parte, acompanhar de alguma maneira, se quiseres. Pretendo publicar alguns passos de minha caminhada artística e, quem sabe, algo mais.